segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Criando com apego

Você passa a vida a se imaginar sendo mãe,embalando suas bonecas para que durmam, dando comidinhas e trocando as roupas. Se imagina casando e construindo uma família enorme e cheia de filhos. Eu não sei vocês, mas eu pensava assim quando menina. 

Ter sido criada sozinha,sem irmãos, alimentou em mim o desejo de ter uma família grande. Depois que comecei a namorar, aquele que hoje é meu marido, essa vontade cresceu. Não só cresceu como passou a ser a única coisa na minha cabeça por muito tempo. Como descrevi nos primeiros posts do blog, minha vontade de ter filhos se tornou um desespero nos anos de tentativas que se seguiram. Muita frustração e lágrimas até o dia em que descobri que estava grávida. Ah que momento maravilhoso que me enche de saudades. 
Depois disso, vou mágico acompanhar o crescimento da minha filha dentro de mim. Crescemos juntas a cada dia, passamos por dificuldades, dúvidas, tristezas, mas passamos firmes. Depois foram os medos. Do parto, de não correr tudo bem, de não conseguir fazer tudo da forma que eu imaginava. E mais uma vez vencemos tudo, juntas.
Aí vem uma mocreia rabugenta enfermeira completamente profissional, quando Ísis chorava ainda no berço da maternidade, me dizendo para deixá-la chorar: -Daqui a pouco ela cansa e pára, você não pode atende-la na hora que ela quiser para ela não ficar manhosa!
Puta que pariu! Me desculpem pelo vocabulário, mas foi a primeira coisa que minha cabeça respondeu, era tudo o que eu podia fazer. Desejar que aquela bruxa desaparecesse, parar o que estava fazendo e atender ao chamado desesperado da minha filha, que tinha apenas algumas horas de vida.
 Esse fato concretizou o pensamento e minhas atitudes em relação a criação diferenciada que queria dar a minha filha desde o começo. Diferenciada da forma como outros pais que eu já havia adotado como não-exemplo e até mesmo da criação que eu recebi. Sei que meus pais fizeram o melhor por mim, mas isso pode ser melhorado, afinal podemos tirar coisas boas de tudo e esse é um bom ponto de partida.

Num belo dia, voltamos para casa. E eu estava radiante com a ideia de ter minha filhota em casa. Aquele cheiro de bebê na casa limpa que o marido havia providenciado, meu banheiro, minha cama. E a melhor das sensações quando você está nesse estado, sensível, com dores e um caminhão de responsabilidades pela frente, é acordar com seu bebezinho do lado. E foi com essa sensação que se concretizou a cama compartilhada aqui em casa, dormindo todos como coelhos amontoados.Como eu disse num post anterior, a cama compartilhada trouxe muita comodidade para mim no começo fatídico, eu estava exausta e acordar toda hora no meio da noite, tirar o bebê do berço, amamentar, acalentar até que dormisse, colocar de volta no berço, seria trágico no meu ver. Então eu simplesmente acordar, dava o peito a ela, colocava para arrotar ali mesmo sentada na cama e logo ela adormecia novamente e eu também! Maravilha! 
Seis meses se passaram e aqui estamos nós, nessa rotina de sono magnífica que em nada posso reclamar.

Nesse meio tempo descobri outros papais e mamães que adotaram o que eu chamo de 'criar com afeto'. Até então eu me sentia sozinha no mundo criando a minha pequena da maneira que eu acho certa, com muito colinho, mimos e compreensão. Sim! compreensão! Nossos filhotes precisam ser entendidos desde o momento em que nascem. Essa é a base de tudo. Entre nossos hábitos estão:

*Não deixar a criança chorar sozinha em momento nenhum
Isso não existe. Não precisa correr a cada gemidinho do bebê, é claro. Mas deixar chorar até dormir não é educar. É uma monstruosa falta de compreensão. Um recém nascido não chorar fazendo manha, ele chora pedindo socorro por algum incomodo que ele esteja sentindo. Ignorando o choro você estará ignorando um pedido desesperado dele, que quando não atendido a longo prazo, resulta num sono forçado pelo cansaço.

*Amamentar em livre demanda
Ter hora marcada para mamar no peito! Socorro! Pobres criaturinhas que não podem falar o que sentem. Bebê não sente fome só de três em tres horas. Deixe que o bebê mame a vontade, a quantidade e a hora que desejar. Aos poucos ele mesmo vai fazendo o horário certinho.

*Dormir aos lado dos pais só fortalece o vínculo
Aquele laço que começamos a criar desde antes do bebê pensar em existir. Dormir na mesma cama não os tornará crianças dependentes e mimadas. Ao contrário, os tornará adultos confiantes e seguros.

Não se deixe levar por padrões pré estabelecidos Nossos filhos não são peças de reposição. São seres humanos diferentes uns dos outros que tem sentimentos aflorados, cada caso é um caso. Filtre os conselhos que você recebe e não se desespere..seu instinto deve ser ouvido!



quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Ísis e a introdução alimentar

Ísis começou a dar sinais de fome além do que meu leite poderia suprir. Caindo no prato das pessoas por exemplo. Então, senta que lá vem história.
*NÃO façam isso em casa crianças e pais ajuizados!
Sem demagogia minha gente. Pelo menos para Ísis, leite materno exclusivo até os seis meses não rolou. Não foi por falta de vontade minha e nem de insistência. Insistência e paciência que beiraram a exaustão da minha parte. Quero deixar bem claro mais uma vez que sou completamente a favor do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida da gurizada.
Ísis começou a dar sinais de que queria experimentar outros sabores. Encarava a nossa comida com olhos pidões desde os três meses de vida. Quando fez quatro meses já começava a querer ficar unicamente sentadinha, e mais do que nunca tentava se aproximar do que estávamos comendo. Parou de mamar com muita frequência e se irritava com muitas tentativas. Nessa época eu tentei de tudo para fazê-la se interessar novamente nas tetas. Acompanhei grupos no facebook, conversei com mães, médicos e tentei técnicas de amamentação diversas: Usando sling, deixando ela ter mais contato com minha pele, ficando sem a camiseta e a deixando peladinha também. Tudo em vão. Ela chorava horrores e dormia. Eu sabia que era fome. Mas sempre existe alguém para dizer: - Imagina, se ela estivesse com fome ela mamava! Nãnã. Um mês depois-quando ela já comia outros alimentos-pude ter certeza de que era fome mesmo. Minha pequena pedia socorro, desistia e dormia. Passou a mamar com mais frequência quando estava sonolenta.Então aproveitei esses momentos de sono pra chuchar o peito na pequena.

Nas nossas consultas com a pediatra ela me tranquilizou. Explicou que diminuir o ritmo das mamadas era normal e que ao se interessar pela comida, ela não abandonaria o peito. Sugeriu que eu começasse a introduzir frutas na alimentação dela. E foi o que eu fiz. Pela manhã uma frutinha e pela tarde outra. E mamadas entre essas pequenas refeições. No começo foi complicado, como o começo de qualquer coisa. Ísís não estava adaptada ao sabor, textura e tal, então tive que ir insistindo até que ela pegou gosto pela coisa. Eu costumava dar maçã pela manhã e uma bananinha a tarde.
 Uma dica bacana que a pediatra me deu, foi colocar farinha de aveia na frutinha para que não prendesse o intestino, pois ele estava ressecadinha bem antes de começar a comer. E foi ótimo. A hora do coco poderia ser marcada no relógio.

Em duas semanas minha pequerrucha já comia as frutinhas tranquilamente, e continuava ávida de curiosidade pelo que comíamos. Resolvi então cozinha alguns legumes e oferecer a ela. Sem sal nenhum, o que é importante para o organismo sensível dos bebês e para que eles notem os sabores, desenvolvendo bons hábitos alimentares no futuro. Bingo! Ela adorou. Devorou desesperadamente Sugou uma fatia de chuchu inteira num dos nossos almoços.

Mais algumas semanas se passaram e a moça entrava numa nova fase alimentar. Já tinha experimentado quase todos os legumes, inteiro e amassadinhos, todos cozidos no vapor. E sob orientação médica, passei a dar caldo de feijão junto com o legumes. Foi um sucesso. Com essa dieta em um mês, ela voltou a pegar o peso ideial, já não tinha acessos de chora e mamava nas horas certas, de acordo com o reloginho dela, normalmente. Barriguinha cheia, mamãe feliz!
Então seguem algumas dicas de uma mãe que muito errou e se descabelou até saber o problema da cria.

* Se o bebê relutar em mamar, não se desespere.
Como já citei aqui no blog, nossos filhotes passam isso tudo é a depor diversas crises e picos de crescimento. Isso causa nervosismo, impaciência nos pequenos. Insista, porém se ele não quiser mamar, não force. Dê espaço a seu bebê. Aconchego, colinho e muita paciência superam tudo.

*Contatos naturais ajudam muito.
O contato da sua pele com o bebê, o calor do toque da mãe, aproxima e conforta os pequenos. Tente fazer isso. Exponha os seios para o bebê, tire a blusa e o deixe só de fraldinha bem próximo ao seu corpo. Converse, cante e acaricie, faça com que sinta muito conforto em estar nos seus braços.

*Slings
Use e abuse dos diversos modelos, para o que melhor se adequa a você e ao seu bebê. O sling o deixa próximo do seu seio para que ele se sinta incentivado a mamar.

*Persista!
Não desista de amamentar.seu leite é o melhor alimento para o seu filho, com ibfinitos benefícios para a saúde dele.

Até o dia de hoje, com seis meses, Ísis faz duas refeições completas e come frutas entre as refeições, além das mamadas. A criação de uma rotina foi muito importante, respeitando horários que ela mesma manifestava fome ou sono por exemplo.

A maior lição que pude tirar disso tudo é de que não adianta desespero. Cada criança tem seu ritmo, seu desenvolvimento. Paciência e persistência superam a resistência!