sábado, 26 de abril de 2014

Me deixa ser mãe ué!!

   Tudo começou no dia em que a Ísis nasceu. Durante todo o trabalho de parto eu ouvi:- Vamos para o hospital, não faça as coisas que você acha que deve, ouça a voz da experiência, vamos para o hospital,blá blá blá.
Não que eu não dê valor aos anos de experiência alheia e tal, mas sinceramente, tem coisas que nós temos que decidir. Para começar, eu já tinha planejado durante toda a gravidez que eu queria ir para o hospital na ultima hora mesmo. Se era pra sofrer que fosse em casa. E assim foi. Mesmo com tanto lesco lesco na cabeça.E cá entre nós, é maravilhoso estar em trabalho de parto com alguém querendo que você faça o que você definitivamente não quer fazer! P... que .....!

   O negócio ficou bem pior quando voltei. Mas antes de mais nada vou deixar claro que a ajuda da minha mãe foi primordial. Não sei o que faria sem ela, foi quem ficou do começo ao fim, mesmo não podendo ficar comigo, mas ficou do meu lado, loba, incansável! Mas com uma opinião abençoadamente incansável também.

Quando cheguei em casa, minha mãe queria que eu passasse 30 dias sem lavar o cabelo pra começar.Há ha..senta lá mãe.
Eu estava com nojo de mim mesma, desejando meu banheiro, meu chuveiro, meu sabonete, meu box embaçado. Lavei o cabelo como se visse xampu pela primeira vez na vida. Primeira regra violada com sucesso!

Quando me senti um pouco melhor, decidi lavar umas roupinhas da pequena. Mas eu não poderia torcer as roupas. Isso causava, segundo o conhecimento ancestral: cólicas na guria. Há, lavei e torci, secou em minutos. Simples assim. Se minha mãe souber que lavo tudo na máquina depois que ela foi embora, infarta.

Minha casa na idéia da minha mãe era o modelo do que uma casa não deveria ser. Então quis mudar tudo.Eu odeio isso. Quando cheguei até fiquei feliz com o que vi. Limpinha, cheirosa, pronta pra botar a cria pra dormir e capotar por dois dias. Mas para mamãe não! Faltou querer que eu trocasse de marido. Achou pouco espaço, moveis ruins e etc. Mães de plantão! Deixe seus filhos viverem. Levem a sério o ditado: -Se meu filho está feliz, eu também estou.
Eu sempre adorei minha 'toca Hobbit', eu e o marido sempre cultivamos nossa querida caverninha. É assim que eu quero que continue. Um lugar aconchegando, pequeno, fácil de limpar e que atraia passarinhos e raios de sol pela manhã. E ponto final.

Ela achava que eu estava amamentando com a Ísis na posição errada, queria colocar ela mesmo meu peito na boca da menina! Socooorro!!!


Pessoas, aqui vai o meu apelo! Deixem-nos exercer nossa maternidade. Não nascemos sabendo, mas nascemos para isso. Somos mulheres, sabemos parir, sabemos criar! Toda ajuda é bem vinda, mas por favor, tenham bom senso. A fase de adaptação é muito difícil, ainda mais a parte psicológica da coisa. Então nos mimem, nos apoiem, façam canja de galinha..mas nos deem espaço! Mãe e pais nascem junto com os bebês e precisam desse espaço para aprender, para errar juntos..

Nascemos mães! Só precisamos de lapidar..a nós mesmas!!


terça-feira, 22 de abril de 2014

Um mês de Ísis


Um mês com a minha pequena! Uhhuu!! Parabéns para nós!


  A ficha ainda anda caindo por aqui.
Já faz um mês que eu trouxe minha filha para casa. Faz um mês que passei pela experiência mais marcante da minha vida. E não vou dizer que um mês passou voando. Não passou. Parece mesmo é que minha bonequinha sempre esteve  aqui com a gente. Hoje disse isso ao marido. Como era mesmo, nossa vida antes 'da cria'? Argh, que vida sem graça.

O que aconteceu nesse primeiro mês:

* Ísis já consegue fixar o olhar em um ponto. Perdeu enfim a 'tortura' dos olhos.

*Aprendeu a gritar para chamar a mamãe! Sério. Gritar!

*Já usou seu primeiro sapato e perdeu as primeiras roupinhas.

*Ri muito quando alguém faz alguma gracinha com ela. E que risada gostosa.

*Reconhece as vozes e tenta procurar de onde ela vem.

*Passou a mamar com menos frequência e dormir melhor, durante o dia e durante a noite.
 * Teve muitas cólicas. Tantas que já cheguei a ficar desesperada. No final das contas, a gente acaba se 'acostumando' diante de um fato inevitável como esse. Nada que paciência e colinho quente não resolvam!

* Já toma dois banho por dia. Cada dia mais longos. Afinal, entrar é difícil, mas sair..

*Faz passeios diários com a mamãe. Se não..onde vamos usar tantas roupas lindas antes que se percam?


Mudanças maiores mesmo aconteceram com a pessoa aqui. A mãe! (Mas isso rende um post a parte.) Obrigada minha filhota, por fazer a minha vida recomeçar.  :)

terça-feira, 15 de abril de 2014

EU MÃE!: PARI!

EU MÃE!: PARI!: Madrugada do dia 22/3 - Dia comum, muita atividade, uma vontade incrível de faxinar a casa! Saí, caminhei, namorei e dormi..cólicas.....

PARI!

Madrugada do dia 22/3
- Dia comum, muita atividade, uma vontade incrível de faxinar a casa! Saí, caminhei, namorei e dormi..cólicas..cólicas. Resolvi não comentar com o marido até ter certeza de que as cólicas eram a nossa princesinha se aprontado para nascer. Até consegui dormir entre elas.
4:00 Hrs
Não consegui mais ficar deitada, no fundo, no fundo eu já sabia que ia parir naquele dia. Minha principal preocupação: eu estava um caco! Roupinhas passadas,mala arrumada, casa cheirosinha, mas eu mesma estava horrível! Fui para o banheiro cumprir a maratona da depilação. Gente, que sofrimento..mas consegui, depois de 40 minutos. Aproveitei a água morna como algumas meninas aqui do grupo me sugeriram, para ver se intensificava as contrações. Funcionou.
5:30 Hrs
Acordo minha mãe, que estava passando uns dias comigo para me ajudar. Comentei sobre as contrações e ela logo se apressou para fazer as minhas unhas.. hilário fazer as unhas em trabalho de parto! Eu estava curtindo o momento..aproveitando para controlar a dor ao máximo.
Resolvi comer. Café reforçado. Dor aumentando.
Vamos marcar os intervalos!
Estava vindo com médio de 7 minutos e durando uns 30 segundos.
Eu estava super tranquila, pois tinha como plano demorar em casa o máximo que eu aguentasse antes de ir para a maternidade.
Mas a mãe e o marido queriam que eu fosse logo, ao menos para saber se eu realmente estava em trabalho de parto..(heloo..apenas a minha palavra não bastou). Almoçamos, caminhei,organizei novamente a mala e fomos.
Hospital-14:30
Cheguei com uma contração 'engatilhada'! Me colocaram em uma cadeira de rodas e fomos para o consultório. 3cm de dilatação. Me disseram o que eu já sabia e nada mais. Deveria ir pra casa, ou se quisesse ficar, sentaria, esperaria e seria reavaliada em duas horas. Voltei para casa. O nervosismo batendo. Fui caminhar com minha mãe. Cada vez mais forte as dores, mas resolvi insistir, caminhar e me movimentar aliviava um pouco e fazia eu me sentir mais forte, mais confiante. Voltei para casa, comi uma fruta e passei mais algumas horas assistindo a tv e tirando as ultimas fotos grávida..
18:00
Não estava tolerando muito bem as dores, estavam ficando fortes e com intervalo de um minuto. Voltamos ao hospital, 6cm de dilatação. O médico disse que eu deveria 'dispensar' a família e avisar que só poderiam vir ficar comigo depois que eu parisse, no horário de visitas, que era 13:00 da tarde no outro dia. Me desesperei, fui falar com minha mãe já chorando que ela não poderia ficar comigo. Ela protestou, disse que ia ficar, nem que fosse num banco do lado de fora, que não iria me deixar sozinha. E ficou mesmo.
Fui para o pré-parto. Estava vazio, silencioso. Eu tinha perdido um pouco da noção do tempo, da realidade.Tentava curtir a dor, pensar no auge dela para que eu pudesse saber quando fazer força, conversava com minha filha na barriga.
22:00
As dores estavam muito fortes. Enjoo muito grande. Chamei a enfermeira pra dizer que queria vomitar. Mas perguntei a ela se achava que ia demorar muito para nascer. Ela disse que não, que achava eu que eu estava tolerando demais a dor, estava já com a dilatação total praticamente.
Ela saiu e eu vomitei..aff. A gente fica constrangida com tudo na frente dos outros. A faxineira só jogou um lençou no chão, e me deixou lá, com meu vômito.
Resolvi começar a fazer força. A dor atingia o máximo, e eu fazia força. Quase uma hora, fiquei me preparando para o que viria em breve. Eu precisava parir, ver minha filha, me livrar de tantos desconfortos. Isso me dava força.
22:35
Numa dessas forças, a bolsa estourou. Achei um barato aquilo! foi uma diversão no meio de tanta dor. Um barulhinho e depois chuaaa! ahahahah
Chamei a enfermeira desesperadamente, me deu muuuita vontade de fazer força, e eu fazia, e milagrosamente a dor reduzia muito com essa força toda.
O médico pediu que me levassem para a sala de parto.Ótimo! Pensei. Agora vai!
A dor vinha acompanhada da vontade de fazer força, apesar da dor na passagem, resolvi não parar. Levei uma toalinha para morder..a equipe do parto foi muito bacana comigo. Uma enfermeira me encorajava e explicava como fazer a força, quando fazer. O que me incomodou é que se você gritasse, era o fim para eles..ainda continuo incomodada. Força pra cá, força pra lá..ouvi o médico dizer que estava saindo. Fiz uma força incrível e longa como nunca pensei conseguir e a dor foi inacreditável. Li os lábios do médico. Ele disse para a enfermeira, de forma que eu não ouvisse que a neném tinha coroado pelo ombro.
Eu já havia notado durante as contrações que ela estava de lado. Pensei ser apenas cisma. Desconsiderei.
Antes que eu pudesse ficar desesperada, senti o corte. Isso aí. Ele não me anestesiou, cortou na raça mesmo. A dor foi ainda pior quando ele enfiou a mão e virou minha filha, para puxa-la em seguida. A minha indignação porém, deu lugar a felicidade de ver minha pequena..e ao alívio de ter terminado tudo. Doce ilusão a minha. O 'pequeno' corte rendeu 30, isso mesmo, 30 pontos. A placenta saiu em seguida, e a sequencia de procedimentos dolorosos durou quase uma hora.
Só vi minha filha porque me virei para vê-la, pois não tiveram o trabalho de traze-la até mim.
Fui para o pré parto de novo, pois não haviam vagas no quarto. Fique lá, suja, com fome e sem minha filha até 01;00 da manha. Só fui tomar banho e me alimentar as 08:30.
Se seguiram ainda dois dias no hospital, onde achei até bacana o tratamento que recebi. Ao menos isso, merecíamos depois do que passei.
O que é recompensante é saber que eu pari! Me senti orgulhosa de mim mesma!
Ísis nasceu com 3,440kg e 48cm!

Já saudosa barriga...

E aqui estamos nós, num final delicioso dessa gravidez.Os incômodos estão maiores. A ansiedade também.
 
Difícil entender a cabeça de uma grávida, mas já estou com saudades da barriga. De sentir meu bebê me lembrando a todo tempo que está ali. Dentro de mim. Como será depois?
Bate o medo do 'vazio'. É claro que minha filhota estará ali, nos meus braços. Mas confesso que a gravidez me trará grandes saudades. Estar grávida nos trás um orgulho imenso. Vontade de sair na rua e receber aqueles sorrisos..no meu caso até caras curiosas, perguntas inapropriadas. Vou sentir até falta dessas perguntas cretinas..do tipo: -Foi planejado? ou até: -Você assim, toda tatuada..nem tem cara de mãe!
Pois é, ser mãe é mesmo padecer no paraíso desde o primeiro momento. HAHA!
A reta fina é acompanhada sempre de dúvidas, de medos. Mas o que me conforta imensamente é o fato de saber que é só o começo de uma longa e maravilhosa jornada.
Então aqui vai um resumo de como foi o ultimo mês de gestação!

* Não durmo mais que cinco horas por dia/noite!
-Até contei na última noite,12 idas ao banheiro. A cada volta alguns minutos para encontrar a posição mais confortável..e aí! Sessão de chutes nas costelas!

*Pernas muito doloridas e inchadas!
- Não é pressão alta! Tenho que caminhar bastante para que voltem ao normal. Super indico!
*Falta de ar e cansaço.
- Mesmo com a neném já bem baixa na barriga, não me livrei da falta de ar.

*Dores nas costas.
-Estou me alongando, massageando e tudo que posso para que fique mais confortável.
* Nervos a flor da pele.
-Isso não tem jeito mesmo. Estou me matando de esforços para ficar calma, mas é algo fora de mim, estou em TPM crônica.

Bom, mas é isso. Desconfortos normais, nada que parir não resolva!